Ao sair do curso de computação no mês passado fui assaltada as 13h00min no centro da cidade do Recife. Fui abordada por três adolescentes completamente drogados com um objeto cortante na parada de ônibus lotada. Levaram o meu telefone e a minha paz de espírito. Ainda estou assustada e não tive nenhuma reação porque sei que eles estavam dispostos a qualquer coisa.
O que mais me deixou perplexa foi forma como as pessoas reagiram, cada qual preocupado com a sua vida e o ônibus que iria pegar. Como se um assalto fosse à coisa mais normal do mundo. Eu não queria que aparecesse um super-herói e me salvasse daquela situação, mas, que alguém perguntasse como eu estava e como me senti.
Estou preocupada, onde vamos parar com tanta violência? Tenho quase certeza que o dinheiro desse furto foi usado para comprar mais entorpecentes. Quantas crianças e adolescentes vão ter que se perder nas drogas para alguém fazer alguma coisa? Quantas pessoas precisam morrer para a sociedade perceber que “um monstro” está crescendo diante dos nossos olhos e se nenhuma atitude for tomada a situação vai fugir do controle.
Como sediar a copa de 2014 no Brasil se não conseguimos resolver os nossos próprios problemas? Em questão de segurança está cada vez mais complicado viver em Recife. A gente sabe que vai sair de casa, mas fica a incerteza se conseguimos voltar para nossa família. A superlotação no transporte público é outro problema que precisa de uma solução urgente. Não posso esquecer-me de citar o caos do trânsito. Está impossível chegar aos compromissos na hora certa.
Enfim, precisa de vontade política com a participação da população para que os problemas consigam ser solucionados com urgência. Viver assim não é possível.