Ontem quando estava no trânsito e o sinal ficou vermelho olhei do lado e tinha um homem mexendo no lixo a procura de comida. Fiquei indignada com a cena e até agora não consegui parar de pensar qual é a minha parcela de culpa? Sim, sou culpada por não fazer nada para mudar isso.
A princípio eu pagaria um prato de comida e a minha missão como cristão estava cumprida. O amanhã daquele homem faminto não seria responsabilidade minha. Certo? Pode ser, se você acha que a sua ação medíocre e egoísta resolve o problema. Cada um pensa o que quer e faz o que achar conveniente para o seu ego. Afinal, a gente não tem nada haver com isso, não é verdade? Bostas, vermes, hipócritas.
Hoje estou me sentindo “um nada”. Como é que a dor do outro não incomoda? Hoje estamos mais preocupados no que os outros pensam sobre nós e com a nossa aparência porque é fundamental para ninguém enxergar a podridão que nos corrói a alma.
Enquanto arrumava meu filho para levá-lo para escola vi uma matéria sobre um curso para “arrumar um marido rico” na China. Enquanto milhões de pessoas morrem de fome, privadas das coisas essenciais para a dignidade da vida, outras estão preocupadas em ter mais dinheiro, poder, status.
Hoje me sinto um lixo humano!